Para se comunicar melhor com o cliente, evite o juridiquês

Em reunião com o seu cliente, você capricha no uso dos termos jurídicos na tentativa de impressioná-lo e tranquilizá-lo? Infelizmente, o efeito pode ser o contrário e talvez ele não entenda o que você quer dizer. Se é para ficar tranquilo ou se preocupar. O que aquele fato significa para o seu processo, e nem mesmo o que vai acontecer dali pra frente.

Qual o seu objetivo com o atendimento jurídico? Mostrar que sabe tudo sobre o Direito ou esclarecê-lo do andamento do processo? Se você respondeu a segunda opção, é hora de abandonar o juridiquês desnecessário.

O excesso de termos jurídicos podem atrapalhar

Com tantas petições, jurisprudência e doutrinas, é impossível não ficar contaminado com os termos jurídicos e usá-los de forma excessiva durante o dia. Às vezes, sem nem perceber. A grande questão é: você usa por costume ou de forma proposital? Será que esses termos são de fato relevantes para a relação com o seu cliente?

Seu cliente só quer entender o que se passa no processo. Ele não vai ao Google procurar se a palavra usada por você é ou não a mais correta.

Um bom advogado não é aquele que tem uma linguagem rebuscada e fala difícil. Mas, sim, aquele que é compreendido pelo seu cliente. Lembre-se: falar com uma linguagem que ele entende não vai mudar o conhecimento que você tem do Direito. E nem mesmo a qualidade da ação que apresentou.

A importância de uma linguagem clara para a relação com seu cliente

Nem sempre é fácil compreender os termos jurídicos. É uma linguagem tão técnica, que até mesmo os profissionais da área chegam a se confundir. Imagine, então, seu cliente totalmente leigo no assunto?

Embora os advogados entendam que o uso do juridiquês possa prejudicar sua imagem, muitos ainda não sabem como desfazer desse vocabulário. A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), inclusive, chegou a promover a Campanha pela Simplificação da Linguagem Jurídica. O objetivo era reduzir a quantidade excessiva de formalismo no linguajar jurídico dos profissionais que atuam na área.

A campanha não queria vulgarizar a linguagem, mas, sim, retirar o excesso de juridiquês sem prejuízo algum para o Direito. E é esse excesso que faz total diferença para seu cliente. Que tal, então, se colocar no lugar deles?

Se o seu público for outros colegas advogados, em uma palestra, por exemplo, a situação é diferente. Já o seu cliente não está interessado em uma tese jurídica. Tudo sempre depende de quem é o seu público final. A beleza e o resultado está na simplicidade.

Para ajudá-lo, separamos nove termos jurídicos de uso comum e como você pode explicá-lo de uma forma mais natural ao seu cliente.

Citação

É quando o réu é informado do processo contra ele. É por meio da citação que ele fica sabendo do processo e poderá, assim, se defender do que o autor está alegando.

Conclusos

Indicam que o processo vai ser analisado pelo juiz por algum motivo. Nem sempre é para dar a sentença. Na maioria das vezes, ele analisa o processo no meio para dar alguma decisão, como o andamento processual, por exemplo.

Petição Inicial

É o documento que dá início ao processo. A Petição Inicial é redigida pelo advogado e detalha ao juiz tudo o que aconteceu e o que a lei diz sobre isso. O objetivo é mostrar que o autor tem razão.

Toda Petição Inicial também precisa ter os chamados, que vão mostrar ao juiz o que o autor deseja com aquele processo. Em uma ação de indenização, por exemplo, o pedido é que o réu pague um determinado valor por ter agido como agiu, por exemplo.

Trânsito em julgado

É quando o processo termina. Não há mais o que fazer, nem existe a possibilidade de se entrar com um novo recurso, por exemplo. É importante entender, entretanto, que o trânsito em julgado não se dá com a sentença do juiz. Esta, na verdade, é apenas uma etapa que chegou ao fim.

Caput

É a frase principal de um artigo de lei. É a primeira ordem. É muito comum um artigo não ser formado só pelo caput. Na maioria das vezes, ele vem com esclarecimentos, detalhamentos ou hipóteses de exceção. É o caso dos parágrafos, incisos e alíneas, por exemplo.

Dilação

Expressão usada quando o advogado tenta prorrogar algum prazo processual. É utilizado sempre entre advogados e juízes, em forma de pedido e negociação.

Liminar

É quando o juiz dá uma decisão muito parecida com a sentença logo depois que o autor entrou com o processo. Em geral, envolve questões urgentes e com possibilidades de riscos irreparáveis que não podem esperar todo o andamento demorado de um processo para uma decisão.

É bem comum, por exemplo, em casos de assistência médica e de pessoas com estão com o nome sujo no SPC. O juiz analisa a situação e ordena logo que o plano de saúde ou o hospital realizem uma cirurgia, por exemplo. Ou que o SPC retire o nome da pessoa de seus cadastros, por exemplo. Contudo, uma decisão liminar não quer dizer que o processo termina ali. Depois dela, ele segue seu fluxo normal para confirmar se a decisão do juiz foi correta, ou não.

Ônus da prova

É a obrigação do autor ou do réu em provar tudo o que está alegando no processo, em sua defesa. As provas são imprescindíveis para ajudar o juiz a decidir o resultado final do processo.

Jurisprudência

É o conjunto de decisões semelhantes dadas por um Tribunal de Justiça sobre casos que envolvem questões parecidas. Esses termos jurídicos funcionam quase como uma orientação aos juízes e desembargadores: mostra o tipo de decisão que eles devem tomar, ou a maneira como devem interpretar a lei, quando for o caso da situação já ter sido julgada antes.

Para facilitar ainda mais o atendimento, utilize o software jurídico

A tecnologia pode simplificar ainda mais o relacionamento com seu cliente. Softwares jurídicos, como o iProcessum, por exemplo, contam com informadores jurídicos. Essa funcionalidade permite a pesquisa diária em todos os diários oficiais da Justiça. Assim, você e seu cliente são atualizados de forma automática sempre que houver uma atualização em seu processo. Depois, basta entrar em contato com ele para certificar de que ele recebeu a atualização e se entendeu tudo. Mas sem usar o jurisdiquês, hein? Pelo contrário, faça de tudo para seu cliente compreenda tudo com muita clareza.

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